Rogério Alves: Não foi crime político.

Rogério Alves, advogadoPrecisamos aprender a votar, mas antes de tudo, precisamos aprender a conviver com o adversário político.

O assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho ocorrido no último sábado (9) em Foz do Iguaçu abriu a possibilidade de ser enquadrado como crime de ódio, político ou contra o estado democrático de direito.

Em resumo, segundo a polícia, Jorge foi inicialmente ao salão para provocar os participantes da festa por causa do tema político do aniversário. Mas, durante as discussões, passou a ter Marcelo como seu único foco. E que teria cometido o assassinato por impulso, após discussão, e não de forma premeditada.

Nosso povo está sendo usado como massa de manobra nas campanhas populistas de LULA x BOLSONARO, mas associar qualquer dos candidatos aos atos de violência de seus seguidores é criar uma narrativa artificial. Não cola com o povo real.

Não foi crime político, pois apesar da provocação do bolsonarista, seguida de discussão por questões política e ideológica, para enquadrar o crime como um crime político, seriam necessários requisitos para isso, como o de tentar impedir ou dificultar outra pessoa de exercer direitos políticos.

Coitado para uns e mito para outros: a imagem de um ditador em construção
O presidente Jair Bolsonaro adora se fazer de coitadinho na frente da imprensa e voltou a afirmar que falou em “fuzilar a petralhada” em 2018 apenas no sentido figurado.

No Twitter, o chefe do Executivo respondeu à cantora Zélia Duncan, que criticou sua declaração. “Zélia, era um tripé”, escreveu Bolsonaro.

“Foi sim em sentido figurado, tanto que nesse mesmo período fui eu, e não o seu candidato, quem sofreu uma tentativa de assassinato real, com uma faca real, não um brinquedo de plástico, de um militante real de esquerda, mas isso parece ser menos grave pra vocês. É do bem, né”, escreveu Bolsonaro.

Pode até ser que a arma apontada com os dedos seja em sentido figurado, mas a política de armamento da população é uma vontade real e a disseminação do discurso de ódio já está produzindo uma animosidade real. Acesse o blog do advogado Rogério Alves clicando AQUI.

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