O poeta, trovador, compositor, escritor e historiador Brasilino Miranda |
Meu leitor o meu bom dia Peço-lhe toda a atenção Para ler com simpatia Com toda dedicação Dei-me toda a liberdade Na maior intimidade Para essa história contar Desde moço que lhe aparece Já se esqueceu não conhece Bem eu vou lhe apresentar É este o senhor Bacabal Que você viu em menino Impaludado tão mal Magro, raquítico, franzino A sua história natural Do tempo de Bizantino Ele no ano de vinte Foi a pia batismal Jorge José de Mendonça o padrinho Data tradicional Em dezessete de abril Teve o nome Bacabal Foi este menino crescendo Recebendo a criação Do Trinta, teles e Castor Deram-lhe logo instrução E quem foi seu professor Foi o Cleomens Falcão Teófilo Lago, leitor Como Virgílio e Bizantino, Ascenço e Joaquim Ribeiro Gostavam bem do menino Zé Tutóia o escrivão Quem instruía na lição Seu adotivo Pai Que não existe jamais Nesta terra já morreu Doou por uma escritura O menino à prefeitura Que foi o Manoel Abreu E Bacabal foi se instruindo Recebendo acatação Pouco a pouco subindo No conceito da nação Bacabal em toda parte Dessa terra brasileira Fez limpa a sua carreira Como celeiro do Maranhão Quer no sul ou no nordeste O seu nome é conhecido Até mesmo faroeste Já sabem do seu apelido Conheceu metendo a cara Trepado num pau de arara Veja só a diferença Daquele tempo passado Não por está na presença Bacabal está mudado Bacabal já é muito cobiçado Bacabal tem calçamento Tem pontes, tem avenida Progresso a todo momento Tem belas ruas compridas Transporte por toda a parte O comércio, especial As construções são de arte Sabe lá quem Bacabal Vamos ver o seu progresso Deste este porto ao ramal Vamos ao convento, ao ginásio Da Magalhães ao juçaral Vamos lá na trizidela Também a ponte central Bacabal, já está rapaz Veja o seu desenvolvimento Os seus tutores atuais Se ocupam cem por cento Das belezas naturais Não perdem um só momento Comércio desenvolvido Lavoura de arroz e algodão Babaçu é remetido No Fenemê caminhão Bacabal tem concorrido Para a grandeza do Maranhão Deixaram ser transportado Para o Rio Grande do Norte Para o Ceará e Pernambuco Em FNM bem forte O povo como maluco Dizem: Bacabal de sorte Todo arroz foi transportado Bacabal que fique calado Sem se poder reclamar Foi farinha, milho, feijão Abarrotado caminhão Deixa o comércio girar Foi coisa tão natural Que não vou contar potoca Certo dia vi Bacabal Tomando a benção a Seu Doca Lá no fundo do quintal Tomando seu café moca Numa tigela de cristal Com bolo de tapioca Doca Vale abençoou Dizendo Bacabalzinho O Teles já espalhou Que também é seu padrinho O Manico se alegrou E foi falar ao Chiquinho Bezerra que se apresentou Dizendo que era vizinho Naquele instante chegando Foi passando para o quintal O Jorge Mendonça cantando Uma marcha de carnaval Eu estou te procurando Para negócio comercial Um brotinho está ficando Nosso afilhado Bacabal Naquele tempo se via João Teles e o Castor Na mais completa alegria Com Gentil Lago, coletor O Teófilo, só queria Tirar leite em produtor Mas não maior harmonia Governo de paz e amor Porém, com a mudança do dia Tudo se transformou Entrou a desarmonia E de uma vez se acabou Bacabal estava descalço Já usa sapato e chinelo Vão pintar sua casa De verde, azul e amarelo Que vão fazer na construção Um grande e lindo castelo Como eu dizia, antigamente Quando um vapor apitava Você via tanta gente Que na barreira o esperava Bacabal impaciente Logo a calça arregaçava A margem do Rio Mearim Era a estiva de então Impaludado mesmo assim Fitando o Vapor Barão Seu começo foi assim O vapor vinha chegando E o povo a contemplar Chuá, chuá fumaçando Aqui, ali, acolá De quando em quando apitava Até ao porto chegar Bacabal se transformou E não mais vestiu calção Cresceu e tudo mudou Nunca mais veio o Barão O Bacabal abraçou Só terno de jaquetão Bacabal é a grandeza Do paraíso, a beleza É como o branco do algodão A sua renda crescendo Ou ouro vermelho, se vendo No tesouro do Maranhão Os meus respeitos ao prefeito Que acaba de ser eleito Governador afinal Desejo felicidades Que tenha espansividade No nosso grande Bacabal A sua cordialidade Conquistará mais amizade Deste povo em geral Pois o campo está aberto Todos nós estamos certo Dá grandeza a Bacabal Dando vida a está terrinha Que é sua e que é minha Que é tão boníssima e gentil Empregue toda energia Governe com simpatia Este pedaço do Brasil Este jardim de beleza Onde a própria natureza Escolheu a sua morada Bacabal é um recanto Mais divino e mais santo É a estrela da madrugada Do assunto me desviei Não nego, confesso errei Mas é coisa natural Existe uma construção Dentro do meu coração É o altar de Bacabal Estou convicto, não minto Bacabal será um brinco De fartura e de grandeza Pois esse atual prefeito É bem manhoso e tem jeito Para fazer uma beleza Com as forças de seus braços Com o dízimo e os pedaços Da nossa contribuição Seu prefeito o senhor Que é grande conhecedor Fará uma administração O defeito está na cara Administrar é fruta rara Para quem quer viver assentado Esse agora dá resultado O homem só dorme acordado E com ele ninguém para Mete a enxada na terra Com muito gosto e carinho Embora que encontre serra Ou barreira no caminho Não da bola não faz guerra Vai furando direitinho Vamos falar do comércio Que tem o nosso Bacabal Indústria, arte e progresso Falando de modo geral Peça logo o seu ingresso Na associação comercial Já temos pontes e estradas De toda a parte para a ilha Um trecho de rua calçada Avenida, que maravilha A estrada quase acabada Que vai terminar em Brasília Eu disse que Bacabal Não é mais o impaludado Fazendo meu ponto final Não fique contrariado Bacabal é o ideal Das brotinhas o cobiçado Bacabal é terra santa De um panorama beleza A sua planície encanta De tudo que tem como grandeza Nessa terra tão fértil Nessa terra de fartura Pedaço do meu Brasil Eu quero a minha sepultura Eu adoro Bacabal Com todo o meu coração Nesta terra que afinal Que é a minha adoração Quero ter a felicidade Que seja o meu último prazer Deus me dá a caridade A glória de nela morrer Quando eu não mais suspirar Não pulsar meu coração E os meus olhos fechar Que eu perder toda ação Por favor reze uma prece Reza uma Ave Maria Que você me oferece Quando eu baixar a terra fria Agradeço ao meu leitor Me ter lido com atenção Me foi um grande favor Já foi uma gratidão Trabalhe pela grandeza O seu nome está no caderno Coopere pela riqueza Do nosso Bacabal Moderno Direitos reservados para a família de Brasilino Miranda |