


Condutores do Samu 192 são qualificados para reduzir o tempo de atendimento, mas empatia dos motoristas é determinante para garantir o atendimento rápido. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF
Em situações de emergência, cada segundo conta. Um minuto pode significar a diferença entre a vida e a morte, entre a recuperação plena e sequelas permanentes. Por isso, os condutores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) do Distrito Federal contam com o apoio essencial da população para realizar um atendimento rápido e eficiente.
“Indiretamente, os motoristas que dão passagem aos veículos de urgência estão ajudando a salvar muitas vidas. É ter atenção e compaixão com a pessoa que está em atendimento. Esse mérito também é do motorista que abre caminho”, destaca o condutor Rodrigo Amaral, que atua na base do Samu em Ceilândia.
Falta de atenção ainda é obstáculo
Apesar da importância, a realidade no trânsito ainda é desafiadora. Diariamente, condutores do Samu enfrentam obstáculos causados pela falta de atenção de motoristas. “Nós vemos muitos condutores desatentos com os celulares, sem prestar atenção no que está ocorrendo em volta”, relata o condutor Caetano Mateus de Moura.
Alguns não percebem a aproximação da ambulância, outros se recusam a dar passagem ou até mudam de faixa, mas aceleram, dificultando a manobra de outros veículos e da própria ambulância. “As pessoas têm que ter um pouco mais de atenção e olhar ao redor”, reforça Amaral.
A equipe do Samu localizada em Ceilândia Norte, por exemplo, consegue chegar a qualquer ponto da Região Administrativa em cerca de 10 a 11 minutos. Em horários de pico, um deslocamento até o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) pode levar cerca de 23 minutos. “Cada segundo conta. Um paciente em parada cardiorrespiratória, por exemplo, perde chances de sobrevivência a cada minuto que passa sem atendimento”, alerta Moura.
Treinamento e segurança no volante
Os condutores do Samu passam por treinamentos específicos para condução de veículos de emergência. Avaliam constantemente a segurança das manobras, como passar por semáforos fechados, trafegar na contramão ou superar obstáculos. “Trabalhamos o tempo todo com segurança, pensando não só na nossa equipe, mas também no paciente e nos demais veículos”, explica Amaral.
O que diz a lei sobre ambulância no trânsito? Posso ser multado?
Segundo o gerente da Escola Pública de Trânsito do Detran-DF, Marcelo Granja, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) garante prioridade de circulação para veículos em serviço de urgência. “No trânsito, deixar de dar passagem a ambulância — quando em serviço de urgência e devidamente identificada — é uma infração gravíssima, sujeita a multa e pontos na carteira de motorista, conforme artigo 189 do CTB”, esclarece.
A orientação para motoristas é clara: deslocar o veículo para a direita da via, mesmo que isso envolva cruzar uma faixa contínua ou utilizar o acostamento, desde que a manobra seja segura. Também é recomendado reduzir a velocidade ou parar completamente, se necessário, até a passagem da ambulância.
Em casos extremos, como avançar o sinal vermelho ou passar sobre a faixa de pedestres, a multa não será aplicada se for a única forma segura de liberar a via.
“Em caso de autuação, é fundamental recorrer, explicando a situação e apresentando evidências, como imagens ou testemunhas. A justificativa de estar facilitando a passagem de uma ambulância deve ser considerada pelas autoridades”, orienta Granja.
Quando acionar o Samu 192?
O Samu-DF conta com 23 bases descentralizadas, 31 ambulâncias de suporte básico, 8 de suporte avançado, 10 motolâncias e ainda um serviço aeromédico. O serviço funciona 24 horas por dia e pode ser acionado pelo número 192. A equipe padrão inclui um condutor e dois técnicos de enfermagem; as unidades avançadas também levam médico e enfermeiro.
Os condutores também atuam nos atendimentos e estão aptos a realizar procedimentos como reanimação cardiopulmonar. A triagem das chamadas é feita por profissionais que classificam as ocorrências de acordo com a gravidade, garantindo o envio mais rápido possível de uma equipe adequada.
Situações em que se deve chamar o Samu:
Paradas cardiorrespiratórias
Queimaduras graves e intoxicações
Acidentes com vítimas ou produtos perigosos
Tentativas de suicídio
Afogamentos e choques elétricos
Crises hipertensivas
Trabalhos de parto com risco de morte da mãe ou do feto
Transferência de pacientes com risco de morte entre hospitais
Seja parte da mudança
Ser um cidadão responsável no trânsito vai além de seguir regras: é contribuir ativamente para salvar vidas. Dar passagem para uma ambulância não é apenas uma obrigação legal, mas um ato de solidariedade. Fique atento, aja com consciência e ajude o Samu a chegar mais rápido a quem precisa. Fonte: https://www.portaldotransito.com.br
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (Lei nº 9.503/97)
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.
A VIOLÊNCIA DO TRÂNSITO TEM JEITO, é só as autoridades implementarem os remédios eficazes: Educação para o Trânsito, Fiscalização ampla e rigorosa e uma boa Infraestrutura das vias.
Leia semanalmente a coluna SOS Vida na edição impressa dos sábados do Jornal O Imparcial
Facebook: campanha SOS Vida
Instagram: sosvidapaznotransito
X: @valorizacaovida
E-mail: valorizacaoaavida@gmail.com