Roberto Costa, Roseana Sarney, Marcus Brandão e Baleia Rossi comandarão a convenção do MDB marcada para 1º de dezembro
Ribamar Corrêa, repórter tempo - O MDB, que agrega o que sobrou do grupo sarneysista, começa a se mobilizar para a convenção estadual a ser realizada no dia 1º de dezembro, quando o empresário Marcus Brandão será oficialmente confirmado na presidência do partido no Maranhão, sucedendo a deputada federal Roseana Sarney, e tendo como vice-presidente o deputado estadual Roberto Costa, hoje o principal articulador do partido. Na convenção, que será prestigiada pelo presidente nacional, o deputado federal Baleia Rossi (SP), o novo comando emedebista deve confirmar a posição de aliado na base de apoio do governador Carlos Brandão (PSB), e esboçar um roteiro para a participação do partido nas eleições municipais, especialmente em São Luís e Bacabal. Nos dois municípios a legenda está sob pressão, por diferentes motivos.
No caso de São Luís, o MDB não tem condições de lançar candidato próprio à sucessão na Prefeitura, mas quer ter uma participação forte na disputa. O presidente municipal do partido, deputado Cléber Verde, defende uma aliança com o prefeito Eduardo Braide. Outra parte da cúpula, a começar pelo vice-presidente Roberto Costa, advoga o lançamento de duas candidaturas da base governista, sendo a segunda a do deputado estadual Neto Evangelista, resultado de uma aliança do MDB com o União Brasil, comandado no estado pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes. Se essa aliança não for possível, o MDB vai definir sua posição com o governador Carlos Brandão, que pode resultar no apoio do MDB ao candidato do PSB, que tende a ser o deputado federal Duarte Jr..
O caso de Bacabal é exatamente inverso. Ali, o deputado estadual Roberto Costa, que disputou a Prefeitura em 2016 com o Zé Vieira, é hoje líder disparado na preferência. As sete pesquisas realizadas até agora para medir as preferências do eleitorado bacabalense o apontaram como favorito com larga vantagem, sem qualquer adversário que o ameace. Mais do que isso, as mesmas pesquisas o apontam praticamente sem rejeição, desenhando um fenômeno pouco comum nessas medições. Além disso, o prefeito Edvan Brandão (PDT), que tem elevado índice de aprovação, é seu aliado. E pelo menos até o momento, não apareceu no cenário político de Bacabal um nome com força para disputar.
Um dos quadros mais ativos da nova geração, acumulando larga experiência no jogo político e eleitoral, Roberto Costa avalia com cuidado os movimentos nesse tabuleiro. Vice-presidente estadual do MDB, com livre trânsito na cúpula nacional do partido, e segundo secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, onde é referência como articulador das relações entre o parlamento e o Palácio dos Leões, Roberto Costa vive uma espécie de dilema sobre ser ou não ser candidato à Prefeitura de Bacabal.
Em conversas reservadas, ele mostra entusiasmo com a possibilidade de poder comandar um dos dez maiores municípios do Maranhão, epicentro e polo maior da grande e rica região do Médio Mearim. Conhecedor profundo do município, ele vem há tempos maturando um projeto administrativo, mostrando que sabe exatamente o que fará se vier a se tornar prefeito de Bacabal. Ao mesmo tempo, não esconde o fato de que vive um momento especial como deputado estadual e como dirigente partidário, atuando como interlocutor dentro da Assembleia Legislativa, onde se movimenta em total alinhamento com a presidente Iracema Vale (PSB).
Diante desse cenário em que as duas situações têm grande peso, o deputado Roberto Costa quer ouvir o seu partido, vendo na convenção estadual a ser realizada no início de dezembro um momento oportuno para fazer essa avaliação. Não como uma decisão do tipo “vai ou não vai”, mas para a definição de uma diretriz que leve em conta a sua posição e os interesses do partido.
Esses dois itens e outros que entrarão na pauta das discussões que ocorrerão na convenção do MDB serão testes importantes para o novo comando do partido, especialmente para o presidente Marcus Brandão. Como irmão do governador Carlos Brandão, ele conhece os meandros da política maranhense, com a diferença de que agora terá de tomar decisões em nome de um grupo cuja maioria tem origem no sarneysismo.