Antônio Melo: A Copa da política


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Antônio Melo
Jornalista

Se esta é a copa dos goleiros, é também a do ocaso de alguns craques e do batismo de grandes promessas. Hoje quem vale mais: Messi ou Mbappé, o jovem de 19 anos atacante-goleador da seleção francesa?

Justiça se faça, na minha não opinião de torcedor, Cristiano Ronaldo, com o peso de uma seleção medíocre, é o craque da copa. Se não for ele, é um dos tantos goleiros que andaram fazendo milagres debaixo daquela armação de três paus.

E o nosso Neymar, hein? Teve tudo para brilhar. As grandes estrelas já tinham sido despachadas. Ninguém para lhe fazer sombra. Era a copa dele. Mas não brilhou. Em apenas um jogo chegou próximo disso. E foi só.

O que sobrou de seleções para disputar o título foi decepcionante. Nenhuma das que chegaram às semifinais eram tidas como favoritas. Seus próprios técnicos apontavam Alemanha, Espanha, Brasil e, até, Argentina que quase não se classifica, como candidatas ao título.

Neste domingo apagam-se os refletores de, talvez, a pior de todas as copas.

E por que tudo isso? O tema é futebol ou política?

É que os dois estão iguaizinhos. Vamos para a eleição presidencial que, como a copa, se realiza de quatro em quatro anos. E, como a copa, não empolga. Nem sequer motiva. Os candidatos selecionados para as finais de outubro são pernas de pau que não animam o torcedor (eleitor).

Nas preliminares eleitorais, no Amazonas e em Tocantins, os estádios (urnas) amargaram uma abstenção superior a 50 por cento. Na Rússia estiveram sempre lotados. Ninguém se emociona mais com os veteranos craques da política como Geraldo Alckmin, Ciro Gomes ou mesmo Marina Silva. São craques que não souberam, como Pelé, a hora de pendurar as chuteiras.

Mas... e os novos talentos?

Não se pode apontar o Bolsonaro como sendo um Mbappé da política. Não é um driblador das artimanhas de uma campanha eleitoral. Teve até uma boa arrancada. Como o jogador do esquadrão da França. Mas parece que é só. Falta ao político o preparo técnico do jogador. Ou seja: conteúdo, conhecimento da realidade brasileira.

Tadinho do brasileiro. Com a seleção desclassificada nas quartas de final, vai participar da decepção de, como na copa, escolher qual o menos pior a votar, a levar o troféu: a Presidência da República.

Saudades de Garricha, Pelé, Romário, Ronaldos, JK, Jango, Brizola, Lacerda. Saudades do tempo em que os profissionais jogavam futebol de verdade e os políticos exerciam sua atividade com brilhantismo.

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