Welyson Lima: o cinema e a impressão da realidade.

A mensagem que se transmite no cinema é misteriosa, de fato. É uma mensagem que permite várias interpretações e depende da maneira como os elementos visuais e auditivos são estruturados. Além disso, a imagem do cinema pode significar uma forma de experiência da realidade para o espectador. O que se sabe é que nenhum outro meio conseguiu a façanha de contar e recontar muitas histórias a ponto de confundir realidade e ficção como o cinema.

Segundo alguns historiadores, nos tempos remotos, já se podia desvendar indícios do registro de imagens em movimento. Ainda que estáticos, os desenhos nas paredes das cavernas sugeriam uma ação quando eram representados em pequenas sequências. Por outro lado, o teatro de sombras, que surgiu na China há muitos séculos, também foi uma maneira original de trabalhar com a ideia de imagem em movimento. As histórias eram contadas através de projeção de figuras humanas, de animais ou de objetos manipulados sobre paredes ou telas de linho.

No século XV, foi desenvolvida a câmara escura, o primeiro aparelho com a intenção de projetar imagens. Entre os inventores desse objeto, destacam-se: Leonardo da Vinci e Giambattista Della Porta, que aprimorou o invento no século XVI. Só para esclarecer, câmera escura era uma caixa fechada, com um pequeno orifício coberto por uma lente, no qual penetravam e se cruzavam os raios refletidos pelos objetos exteriores, projetando a imagem invertida no fundo da caixa. Já na metade do século XVII, foi utilizado o princípio inverso da câmara escura para criar a lanterna mágica, outro tipo de caixa, porém cilíndrica, iluminada a vela, que projetava as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro, conforme escritos do alemão Athanasius Kircher.
Um ponto interessante a se falar sobre cinema, deu-se em 1895, no Gran Café, em Paris, onde foi realizada a primeira apresentação pública de imagens projetadas pelo cinematógrafo. Esse momento foi realmente considerado o marco que deu início a toda a história do cinema. Já o título de cineasta foi dado pela primeira vez, em 1896, a Louis Lumière, francês, filho de um famoso fotógrafo e proprietário de uma indústria de filmes e papéis fotográficos, o que justifica a paixão de Louis Lumière à arte cinematográfica. Louis Lumière recebeu esse título pela primeira vez ao captar imagens diversas e realizar documentários curtos. Nessa época, o cinema oferecia aos espectadores a reprodução de imagens captadas em contextos reais, que no caso, era uma espécie de documentário bem curto sobre o cotidiano. As projeções tinham aproximadamente 2 minutos de projeção e eram filmadas ao ar livre.
Um detalhe interessante sobre o cinema se dá no fato de que foi na Europa seu marco inicial, porém se desenvolveu nos Estados Unidos, até se tornar rapidamente em ares de indústria nesse país. Em Hollywood, o cinema prosperou por um considerável tempo, tendo Hollywood se tornado o maior pólo de estúdios cinematográficos do mundo. É sabido por todos que até os dias de hoje os filmes de Hollywood são imbatíveis no que se refere à qualidade, distribuição e bilheterias mundiais.
Com o passar dos anos, as técnicas de cinema evoluíram, surgindo a ideia de não somente capturar imagens e transmiti-las, mas de contar uma história, com personagens e roteiro. Depois daí, foram vários os filmes que surgiram no mercado. Os cineastas também passaram a fazer filmes cada vez mais bem elaborados, aprimorando inclusive algumas técnicas de linguagem.
Com a Primeira Guerra Mundial, a produção europeia se enfraqueceu e os Estados Unidos passaram a dominar o mercado cinematográfico mundial. Os anos de 1919 e 1960 foram marcantes e esse período ficou conhecido como a Era do Estúdio. Período em que houve grande proliferação de estúdios e produções. Atores e atrizes famosos atraíam multidões para as salas de cinema, destacando-se: Charles Chaplin, Rodolfo Valentino, Lillian Gish. Os mesmos apareciam em maior destaque nos cartazes de cinema do que os próprios títulos.
Outro ponto de destaque no percurso histórico do cinema, foi quando lançaram o primeiro filme falado, chamado de “ O cantor de jazz”, que criou um furor nas plateias, assim como no meio cinematográfico, além de provocar importantes mudanças nas artes cênicas.
O que se sabe é que o cinema já passou por inúmeras mudanças desde seu surgimento, e hoje a indústria do cinema movimenta grandes fortunas e arrasta multidões aos cinemas do mundo inteiro. Segundo informações dos noticiários, os dez filmes de maior faturamento são compostos de obras lançadas do início da década de 90 aos anos 2000, dentre eles: “Titanic”, “o senhor dos anéis”, “o retorno do Rei e Piratas do Caribe”, que muitos leitores desta coluna já devem ter assistido a tais filmes. O fato é que o cinema se caracteriza pela constituição de uma “ impressão da realidade” e nesse sentido reside sua principal importância à sociedade. Viva o cinema!


Por Welyson Lima
Welyson Lima é natural de Bacabal. Em 2011 ingressou no Curso de Letras (Português/Espanhol, respectivas Literaturas) do CESB-UEMA vindo a graduar-se no 2º semestre de 2014. Sempre muito estudioso, já obteve aprovação em muitos concursos vestibulares, tais como: Serviço Social (CEUMA-2015), Comunicação Social (UFMA-2015), Ciências Humanas-Sociologia (UFMA-2015), Jornalismo (UNICEUMA-2015) e também neste mesmo curso na Faculdade Estácio de Sá (São Luís-MA) no 1º semestre de 2016. É Letrólogo e sua área de conhecimento e de especialidade é Linguística e Letras. Foi Colunista Social do Portal Castro Digital e também prestou serviços ao Jornal “ O Mearim”, onde foi revisor/ corretor textual e redator. Cursou Iniciação Teatral através da Semuc de Bacabal (2013). Atua no grupo de Teatro “Faces da Arte”, onde assume o cargo de Secretário Geral. É também professor. Seu maior prazer é ler/escrever (uma atividade que considera constante e necessária). É fascinado em Teatro e outras expressões artísticas, já atuando inclusive, como ator amador. Participou dos curtas “ Tô fora” e “ Visão de um dependente químico”. Escreveu juntamente com o poeta e cronista Costa Filho, a peça teatral “ O saco do pobre” (2013) e escreveu também a peça “ Bacabal, conta sua história! ” (2016).

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