Quando o nosso “quadrado” foi mergulhado na maior crise institucional de todos os tempos com a tal Operação Caixa de Pandora, que segue nos revelando fatos inimagináveis quase que diariamente, e nos mostrando “que não era bem aquilo”, nem com todos os problemas que vimos e enfrentamos fomos capazes de imaginar, dentre outras, a confusão que seria estabelecida no principal partido de oposição do país, o PSDB, na regional do DF.
Fundado em 25 de junho de 1988, oficialmente “longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, mas fazer germinar novamente a esperança”, por um grupo de políticos na maioria de São Paulo, entre eles FHC, José Serra e os falecidos Mário Covas e Sérgio Mota. Mas com um entendimento interno, segundo os mais informados à época, “para combater tudo de errado que representa a o quercismo” (então governador de SP, Orestes Quércia, acusado de desvios em seu governo, mas que anos depois seria convidado a fazer uma aliança com os “tucanos”, que também se aliaram a Paulo Maluf).
Isso, claro, e para ser bastante otimista, apequenou os tucanos, que mantiveram tal tendência, desenvolvendo a vocação da intervenção nacional nas regionais que não lhes agradassem mesmo que as escolhas locais representassem o desejo da maioria da militância local, ao longo desses anos por quase todo o país. Apenas para ilustrar, a executiva nacional assim agiu no Rio Grande do Sul, da ex-governadora Yeda Crusius e no nosso Distrito Federal, após a eleição da chapa do deputado distrital Raimundo Ribeiro em 17 de maio desse ano e com a consequente intervenção nacional em 7 de agosto “capitaneada” pelo deputado federal Izalci Lucas.
O que existe de novo nisso e que justifique tal texto?
Na noite da última quarta-feira(18), o interventor inaugurou a nova sede do PSDB no DF, no “coração de Brasília”, como revelou um eufórico membro do grupo, mas talvez a chuva que caiu sobre a capital (nem tão forte assim) tenha, de alguma forma, se misturado ao chopp da festa. No popular: “fez água”.
Nas redes sociais, enquanto alguns insistiam num evento de sucesso que nem as fotos confirmavam (quem entende de imagem disse que “ali tinha pouco mais de 200 pessoas. E olhe que ali é dos pontos que mais passa gente em Brasília!”). Ainda sobre as fotos do evento, e lembrando o apresentador de TV José Luiz Datena, “a ibagem fala”. Outros, dando sinais de maior sensatez e por conta da megaestrutura do evento, cobravam a prometida magnitude do mesmo, a anunciada presença do presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, que mineiramente não foi e nem mandou explicação convincente, pelo menos aos que lá compareceram e com quem mantive contato. Além, é claro de não deixar de comentar mais uma intervenção da legenda por conta de um “projeto pessoal”, detalhe mais comentado nas redes.
Por Francisco Lima Jr.
(Professor Chico)
*Francisco Paula Lima Jr., 48 anos, jornalista e professor de jornalismo nas Faculdades Icesp, em Brasília-DF, pós-graduado em Ciências Políticas pela UnB, Consultor em Ciências Políticas, titular do blog do Professor Chico, colaborador na Agência Política Real e fundador e presidente da Associação Brasiliense de Blogueiros de Política (ABBP).
