Lourival Cunha: Excesso de velocidade - Dados, física e histórias que mostram o risco no trânsito

O excesso de velocidade está entre as principais causas de mortes no trânsito. Entenda, com dados e exemplos reais, por que desacelerar pode salvar vidas.
Lourival Cunha, engenheiro e advogado - Cada motorista, ao optar por respeitar os limites, contribui para reduzir acidentes, preservar vidas e construir um trânsito mais humano. Foto: NewAfrica para Depositphotos

A Semana Nacional de Trânsito 2025, que tem como tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, convida a sociedade a refletir sobre o papel da velocidade na segurança viária.

O excesso de velocidade é um dos principais fatores de risco no trânsito e, de acordo com especialistas, está diretamente ligado à gravidade das ocorrências.

Nesta reportagem de abertura da série de matérias especiais para a Semana Nacional de Trânsito, o Portal do Trânsito explora como o excesso de velocidade aumenta significativamente os riscos e a gravidade dos acidentes.

A matéria combina dados estatísticos, explicações sobre a física dos impactos e relatos reais, reforçando a importância de desacelerar para salvar vidas.

A física dos acidentes: por que a pressa é tão perigosa
Quando um veículo se movimenta, carrega consigo energia cinética, que aumenta de forma quadrática com a velocidade.

Isso significa que, se a velocidade dobra, a energia do impacto quadruplica. Em termos práticos, um carro a 60 km/h gera um impacto quatro vezes maior que o mesmo carro a 30 km/h em caso de colisão.

Esse dado, que parece abstrato, tem consequências dramáticas na vida real. Estudos apontam que a chance de um pedestre sobreviver a um atropelamento a 30 km/h é superior a 90%. Já a 60 km/h, a probabilidade de sobrevivência despenca para menos de 20%.

Para o especialista em trânsito Celso Mariano, diretor do Portal do Trânsito e da Tecnodata, compreender essa lógica é essencial.

“A velocidade não é apenas um número no painel do carro. Ela é a medida da gravidade de um sinistro.

Cada quilômetro a mais pode significar a diferença entre um susto e uma tragédia. É por isso que falar em desacelerar é falar em salvar vidas”, explica.

Dados que não deixam dúvidas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de velocidade é responsável por cerca de um terço das mortes no trânsito em todo o mundo.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde e da Polícia Rodoviária Federal mostram que milhares de mortes e feridos graves têm relação direta com motoristas que desrespeitam os limites estabelecidos.

Nas rodovias, a situação é ainda mais preocupante. O impacto em alta velocidade costuma resultar em múltiplas vítimas, aumentando os custos sociais e sobrecarregando o sistema de saúde.

Celso Mariano reforça que esses números precisam ser encarados com seriedade.

“Muitos motoristas ainda acreditam que dirigir um pouco acima do limite não faz diferença. Mas os dados comprovam que faz, sim — e faz muita diferença.

A pressa no trânsito está entre as atitudes mais letais que uma pessoa pode adotar”, alerta.

Histórias reais que mostram a urgência
Infelizmente, não faltam exemplos de tragédias causadas pelo excesso de velocidade. Famílias inteiras têm suas vidas transformadas em frações de segundos por escolhas que poderiam ser evitadas.

Durante a Semana Nacional de Trânsito, diversas campanhas destacam depoimentos de vítimas e familiares que perderam entes queridos em colisões ou atropelamentos.

Essas histórias humanizam os números e reforçam o apelo da campanha deste ano: desacelerar é preservar vidas e evitar dores irreparáveis.

Velocidade e cultura no trânsito brasileiro
No Brasil, ainda existe uma cultura de tolerância ao excesso de velocidade.

Muitos condutores veem limites como “sugestões” e não como regras de segurança. Além disso, a ideia de que dirigir rápido é sinal de habilidade continua presente, especialmente entre motoristas mais jovens.

Para Celso Mariano, essa percepção precisa mudar.

“A verdadeira habilidade de um bom motorista não está em correr, mas em conduzir com segurança, respeitando as regras e cuidando de todos ao redor. A pressa é inimiga da vida no trânsito”, ressalta.

Caminhos para reduzir o problema
Diversas medidas podem ajudar a diminuir os riscos relacionados à velocidade:

Fiscalização eletrônica: radares e lombadas eletrônicas comprovadamente reduzem a velocidade média dos veículos.

Urbanismo tático: criação de ruas completas, ciclovias e áreas de tráfego calmo.

Educação continuada: campanhas permanentes que associem velocidade à gravidade dos acidentes.

Formação de condutores: reforço do tema nos cursos de autoescola, com ênfase nos impactos da pressa.

Mais que uma regra, uma escolha
Ao final, a questão da velocidade não se resume a cumprir ou não a lei.

Trata-se de uma escolha individual que impacta toda a coletividade. Cada motorista, ao optar por respeitar os limites, contribui para reduzir acidentes, preservar vidas e construir um trânsito mais humano.

“A mensagem da Semana Nacional de Trânsito 2025, “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, sintetiza esse compromisso: diminuir a pressa para aumentar a chance de todos chegarem com segurança ao destino”, conclui Mariano. Fonte: https://www.portaldotransito.com.br

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (Lei nº 9.503/97)
CRIME NO TRÂNSITO
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

A VIOLÊNCIA DO TRÂNSITO TEM JEITO, é só as autoridades implementarem os remédios eficazes: Educação para o Trânsito, Fiscalização ampla e rigorosa e uma boa Infraestrutura das vias.Leia semanalmente a coluna SOS Vida na edição impressa dos sábados do Jornal O Imparcial
Facebook: campanha SOS Vida
Instagram: sosvidapaznotransito
X: @valorizacaovida

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem