Lourival Cunha: Dia mundial em memória às vítimas de trânsito - SOS vida reúne-se com Parceiros na área Itaqui-Bacanga

Lourival Cunha, engenheiro e advogado - A SOS VIDA realizou dia 11.08.25 uma reunião na sede da ACIB(Associação Comunitária Itaqui-Bacanga), no bairro Anjo da Guarda, com os seus PARCEIROS, para dar sequência às discussões para a realização do tradicional e valioso  evento sobre o DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO, que ocorrerá no terceiro domingo de novembro(16.11.25).

Compareceram muitos parceiros, tais como Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, DNIT, Secretaria Municipal de Saúde, CEREST(Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), Associação dos Cadeirantes da Cidade Operária, Clube de Motociclistas Bodes do Asfalto, vários dirigentes da ACIB, entre outros.

A reunião foi muito produtiva e proveitosa, inclusive com a definição do local do evento, que será na Av. dos Portugueses, num trecho de 3km.

A próxima reunião ficou agendada para o dia 09/09/25.

MOTOTÁXI POR APLICATIVOS É TRAGÉDIA ANUNCIADA, DIZ PESQUISADOR DO IPEA
 
Disseminação de serviços elevará número de mortes, prevê especialista.


Produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2025 alertou que, enquanto os homicídios estão em queda, o número de vítimas de colisões, atropelamentos e outros sinistros de trânsito vem crescendo desde 2020. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A disseminação dos serviços de transporte de passageiros por motociclistas (mototáxi) de aplicativos é uma tragédia anunciada em um trânsito já marcado pela alta mortalidade em colisões e quedas de motocicletas, avalia o técnico de pesquisa e planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Erivelton Guedes, em entrevista à Agência Brasil. 

Doutor em engenharia de transporte, Guedes foi um dos responsáveis pela inclusão das mortes no trânsito no Atlas da Violência 2025. 

“Qualquer regulamentação vai acabar incentivando e, talvez, dando a falsa impressão de que, seguindo aquele monte de regras, vai dar certo”, diz. “É uma tragédia anunciada. Eu vejo com muito pessimismo isso evoluir”. 

A quarta reportagem da série Rota Perigosa: brasileiros se arriscam em motos por renda e mobilidade discute a demanda pelos serviços de transporte de passageiros em corridas de motocicletas contratadas em aplicativos, como o Uber Moto e o 99 Moto, e os riscos envolvidos nessas viagens. 

Lançado em 2020, o Uber Moto já transportou cerca de 20 milhões de brasileiros ao menos uma vez, o que significa quase 10% da população. Essas viagens foram realizadas por 800 mil motociclistas. 

Já o 99Moto foi lançado em janeiro de 2022, com expansão gradual nos meses seguintes. Atualmente, o serviço está presente em mais de 3,3 mil cidades e já realizou 1 bilhão de viagens. 

Cada vez mais mortes 
Produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2025 alertou que, enquanto os homicídios estão em queda, o número de vítimas de colisões, atropelamentos e outros sinistros de trânsito vem crescendo desde 2020. 

Em 2019, houve 31.945 vítimas do trânsito no Brasil, número que aumentou nos anos seguintes até chegar a 34.881 em 2023. Neste mesmo período, o número de vítimas de sinistros com motos subiu de 11.182 para 13.477. 

O fator de maior peso nessa alta é o número de ocorrências envolvendo motocicletas, que já respondiam por uma em cada três mortes no trânsito brasileiro em 2023, último ano com dados disponíveis no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. 

Segundo o atlas, “o usuário da motocicleta é, atualmente, a maior vítima dos sinistros de trânsito no Brasil”. Guedes acredita que, no ano que vem, quando o atlas incluir os dados de 2024, a disseminação dos serviços de aplicativo contribuirá para um aumento ainda maior nas mortes. 

Apesar dos problemas, Guedes avalia que dificilmente esses serviços serão suspensos. Na visão dele, além da pressão econômica das próprias empresas que os oferecem, há a demanda pelo trabalho e renda gerados por essa atividade. 

“A gente até acha que é uma luta perdida, e que a moto por aplicativo vai vencer, porque existe uma pressão econômica, uma pressão de vários lados, incluindo o do próprio condutor. 

Ou ele se acha um empreendedor ou ele precisa almoçar e não tem outra alternativa. Então, ele escolhe arriscar a vida e almoçar. 

A gente também tem que entender o lado dele, e o poder público precisa oferecer alternativas. Enquanto não houver alternativa de emprego mais saudável, essa pressão pela moto por aplicativo vai continuar ganhando.” 

Letalidade 17 x maior 
O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Antonio Meira Júnior, acredita que é preciso fazer um estudo do impacto social e na saúde coletiva que esses serviços trazem. E isso deve considerar a vulnerabilidade a que os passageiros de motocicletas estão expostos. 

“A vulnerabilidade dos motociclistas é de tal nível que a sua letalidade, ou seja, a probabilidade de morte em acidente, chega a ser 17 vezes maior do que comparado com ocupantes de um automóvel”, afirma ele. 

“Se me perguntarem se eu seria a favor de utilizar a moto como meio de transporte [de passageiros], nós seremos contrários pelo fato de sabermos os riscos e a tendência de ter um maior número de pessoas expostas a esses riscos. 

Se mais pessoas estiverem transportando outras pessoas na moto, mais pessoas também estarão expostas a esse risco. A probabilidade de ocorrerem mais acidentes com lesões graves e mortes é maior.” 

Meira Júnior detalha que motociclistas e caronas não têm qualquer proteção em caso de impacto, que é diretamente absorvido por seus corpos. 

As motos circulam entre veículos de maior massa e resistência, frequentemente em velocidade diferente, no meio das faixas, o que também dificulta que sejam vistas. 

Além disso, não contam com equipamentos de segurança que evitem que os passageiros sejam lançados em caso de colisão. Somados a isso, imperfeições no asfalto, pedras, areia, óleo e outros elementos que seriam pequenos problemas para um automóvel podem provocar incidentes graves com motos 

O resultado de toda essa desproteção são lesões severas e politraumas, que, quando não matam, facilmente causam internação por tempo prolongado e provocam deficiências ou sequelas permanentes.  

“O impacto social é imensurável. A grande maioria das pessoas ficam com sequelas que, muitas vezes, deixam a pessoa incapaz para o trabalho, precisando de fisioterapia e tratamento pós-hospitalar, ou até a vida toda dependendo de outras pessoas e causando uma complexa mudança de estilo de vida de toda a família.” 

Falta de opção 
Para o professor do Programa de Engenharia de Transportes do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) Glaydston Ribeiro, o crescimento do uso de motocicletas está profundamente ligado ao modo como as cidades brasileiras foram estruturadas, priorizando o transporte individual motorizado e negligenciando o transporte público de qualidade, especialmente nas periferias. Fonte: https://www.portaldotransito.com.br

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (Lei nº 9.503/97)
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.

A VIOLÊNCIA DO TRÂNSITO TEM JEITO, é só as autoridades implementarem os remédios eficazes: Educação para o Trânsito, Fiscalização ampla e rigorosa e uma boa Infraestrutura das vias.
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