
Rogério Alves, advogado - Uma operação conjunta entre as Polícias Civis da Bahia e de Minas Gerais prendeu, em Belo Horizonte, uma advogada suspeita de liderar um grupo criminoso envolvido em fraudes contra o sistema judiciário e instituições bancárias.
O foco do esquema era o saque indevido de precatórios, totalizando cerca de R$ 600 mil em desvios.
Conhecida nas redes sociais por ostentar uma vida de luxo, a advogada está sendo investigada junto a outros colegas de profissão, também suspeitos de participação no esquema.
A prisão é resultado de uma ação coordenada pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC) da Bahia e pela Coordenação de Operações Estratégicas da Polícia Civil de Minas Gerais, que destacaram a importância da cooperação interestadual no combate ao crime organizado.
Casos como esse evidenciam a urgência de uma revisão profunda nos cursos de Direito oferecidos no Brasil, muitos dos quais têm formado profissionais sem a devida qualificação ética e técnica.
A proliferação desenfreada de faculdades, aliada à fragilidade dos mecanismos de controle profissional, facilita o ingresso de indivíduos mal-intencionados na advocacia, que acabam usando o diploma como ferramenta para o crime.
Cabe à OAB adotar posturas mais firmes, com fiscalização efetiva do comportamento de seus membros, para preservar a credibilidade da profissão e proteger a sociedade dos falsos advogados que, ao invés de defender a justiça, contribuem para corroê-la.
A matéria tenta colocar a culpa da corrupção de alguns advogados nas faculdades de Direito, como se a instituição de ensino fosse responsável por decisões morais individuais. Isso é um equívoco grave e perigoso.
ResponderExcluirFaculdade nenhuma ensina ou incentiva alguém a fraudar o sistema. O que ela faz é oferecer base teórica, técnica e legal. O que o aluno faz com esse conhecimento depois de formado é responsabilidade dele, não da instituição. O que falta nesses casos não é formação — é caráter.
É muito cômodo culpar a “proliferação de faculdades” por crimes que são cometidos por pessoas que já tinham uma inclinação para desviar o que é certo. A faculdade não tem como prever quem vai usar o diploma como ferramenta para o bem ou para o mal. Isso é escolha pessoal.
A OAB pode (e deve) fiscalizar o exercício da advocacia, mas ela também não pode virar uma polícia da consciência. Profissionais desonestos existem em todas as áreas — não é exclusividade do Direito. O que não dá é pra usar um caso isolado e transformar isso numa crítica generalizada ao ensino jurídico.
Vamos parar de confundir formação com valores. Quem decide usar o Direito para cometer crimes não é vítima do sistema educacional. É autor consciente de um crime, e deve responder por isso, sem transferir a culpa para quem apenas ensinou as regras do jogo.