Rogério Alves: Des União Brasil

Rogério Alves, advogado - No Brasil tem dessas coisas: partido comunista elege latifundiário, partido dos trabalhadores cobram imposto da folha de pagamento dos operários e, por último, mas não menos curioso, o União Brasil foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Quer entender porque?

O presidente do União Brasil, Antônio Rueda relatou estar sofrendo ameaças que incluem incêndio em uma casa de praia, um suposto relato sobre a contratação de pistoleiros e uma ligação do deputado Luciano Bivar (União-Pe) na véspera de sua eleição no partido.

Guerra no União Brasil: PGR pede abertura de inquérito para investigar Luciano Bivar por suposta ameaça contra Rueda. Fogo: Presidente do União Brasil, Antônio Rueda afirma que incêndio em sua casa em Pernambuco é ‘criminoso’. Rueda já havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que investigasse uma suposta declaração de Bivar (PE), ex-presidente da sigla, sobre a contratação de pistoleiros para matá-lo. O relato foi feito, segundo a defesa de Rueda, por um empresário que teria ouvido Bivar falar isso ao telefone com uma terceira pessoa, não identificada. Procurado na época, o parlamentar disse se tratar de "ardil fantasioso".

ENTENDA O MOTIVO DA BRIGA DO UNIÃO
A disputa entre os dois começou em fevereiro, quando Rueda, então vice-presidente do União Brasil, deixou clara sua intenção de substituir Bivar na presidência da legenda. Dias antes da eleição para o cargo, no dia 29 de fevereiro, o advogado diz ter recebido uma ligação do deputado com ameaças à sua vida e à da sua família. O deputado negou ter ameaçado a família de Rueda, mas reconheceu que discutiu e proferiu xingamentos ao telefone.

Na petição enviada ao Supremo, a defesa do presidente do União Brasil relatou outra suposta declaração de Bivar considerada como ameaça, de que teria separado R$ 20 milhões para acabar com a vida do ex-aliado. A fala, segundo cita a representação, foi presenciada pelo presidente da Câmara de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), no dia em que foi eleito como novo presidente da legenda.

A defesa de Rueda citou um pronunciamento de Bivar naquela data, antes da eleição do partido, como um elemento de ameaça. Na ocasião, o deputado afirmou: “Eu peço que Deus cuide dos meus amigos, lhes dê saúde, que dos meus inimigos cuido eu”.

A suposta menção aos pistoleiros, por sua vez, foi feita uma semana depois, no dia 6 de março, segundo os advogados de Rueda.

Outra questão citada pelos defensores é que em meio à disputa, a Comissão Executiva do União Brasil, presidida por Bivar, pediu a Rueda que devolvesse um carro blindado cedido pelo partido a ele. Para os advogados, isso "indica a veracidade das ameaças proferidas contra a vida" de Rueda e de seus familiares.

Soma-se a este cenário os incêndios nas casas de praia do presidente eleito do União Brasil e de sua irmã, Maria Emília Rueda, tesoureira da sigla, em março. Para a defesa de Rueda, que acredita que os incêndios tenham sido criminosos, as ameaças são indícios que apontam “para a possível autoria de Luciano Bivar”. O deputado, por sua vez, negou.

— Não (foi crime político). Isso é ilação. Tudo você tem que comprovar — afirmou ainda em março quando questionado sobre os incêndios.

As ameaças foram inicialmente relatadas à Polícia Civil, mas remetida à STF porque o Bivar tem foro privilegiado. Em abril, o ministro Nunes Marques autorizou abertura de inquérito na PF para investigar Bivar por supostas ameaças a Rueda.

Acesse o blog do advogado Rogério Alves clicando AQUI.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem