
Mas por aqui Messias tem tomado medidas para dar novo fôlego ao mercado interno. Autorizou armas para um monte de profissionais, até jornalistas que antes andavam armados apenas com caneta e papel. Não sei se isso vai animar muito a economia, não. Até porque as empresas estrangeiras agora estão autorizadas a vender armas aos nacionais. Quatro. Uma beleza.
Mas enquanto a economia vai derretendo, só se fala em cortes. E corte significa menos consumo. E com menos consumo, a economia encolhe mais. E se a economia já está ruim, imagina com a gasolina nas alturas, o óleo diesel fazendo parelha com ela e o gás de cozinha, sem querer fazer feio também disparando os preços. Cadê dinheiro para fazer a roda econômica girar?
De lambuja, o governo que já tinha acabado com o aumento real do salário mínimo e o reajuste do bolsa família, resolveu ir lá no bolso do trabalhador e da massa desempregada para capitalizar suas empresas. Até 2020 vai elevar a passagem do trem urbano de Natal, por exemplo, de 50 centavos para 2 reais. Ou seja: multiplicar por quatro. Desse jeito não sobra dinheiro para comprar bala, nem daquelas de confeiteiro.
Mas o governo só pensa naquilo: previdência.
E Paulo Guedes, o nosso ministro da previdência, ou da economia, ou vice-versa, com a muleta de Rogério Marinho, ou ao contrário, fala sobre capitalização com o novo sistema, do trilhão de reais que serão economizados, de fartura e riqueza. Só não diz que essa montanha de dinheiro vai basicamente sair de novo do bolsinho dos 82 por cento que contribuem para receber menos de dois salários mínimos quando e se um dia aposentados forem.
E ainda ha quem ponha a culpa na falência da previdência no antigo Funrural que aposentou dezenas de milhares de trabalhadores que nunca contribuíram para o sistema. Essa foi uma das grandes coisas que a ditadura fez. Uma questão de justiça social, de amparar os desamparados. Difícil é entender os subsídios que são dados às montadoras de automóveis, as isenções de impostos às novas empresas, o Bndes financiar compra de jatinhos ou jatões de grandes empresários com juros subsidiados, as renegociações especialíssimas do agronegócio, o refinanciamento das dívidas previdenciárias dos bancos.
Incompreensível é que se caminhe para meio ano de governo e não se conheça como o país vai crescer além do “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. Deus já avisou há muito tempo: faz a tua parte que eu te ajudarei. Acontece que até agora nada foi feito, pelo menos que mostre resultados concretos. Exceção na Justiça onde, parece, a criminalidade começa a refluir.