Cinco candidatos disputam a Prefeitura de Bacabal, mas a guerra se dá entre os grupos de João Alberto e de Zé Vieira

Ribamar Corrêa, Repórter Tempo

Edvan Brandão e Graciete Lisboa exibem comprovante de registro de duas candidaturas a prefeito e a vice-prefeita; César Brito e Florêncio Neto fazem o mesmo emoldurando Zé Vieira

Ao mesmo tempo em que seis candidatos a governador do Maranhão iniciam oficialmente seus movimentos em busca de votos em todo o território maranhense, cinco candidatos dão a largada visando sentar praça no gabinete principal da Prefeitura de Bacabal: Edvan Brandão (PSC), César Brito (PPS), Gisele Veloso (PR), Luizinho Padeiro (PSB) e Maninho (PRB). O elevado número de candidatos à eleição suplementar em Bacabal, porém, não traduz a verdadeira guerra que está sendo travada entre o grupo liderado pelo senador João Alberto (MDB) e o formado pelos aliados do ex-prefeito Zé Vieira (PR), que teve mandato cassado por ter a ficha suja. Essas duas correntes vêm se confrontando há quase duas décadas, com altos e baixos dos dois lados. Na primeira rodada do processo eleitoral em Bacabal, em 2016, o candidato apoiado pelo senador foi o deputado estadual Roberto Costa (MDB), que ficou em segundo lugar, e decidiu abrir mão da candidatura para se dedicar integralmente ao projeto de reeleição para a Assembleia Legislativa. João Alberto declarou apoio a Edvan Brandão e sua vice, a ex-deputada ??????? Lisboa, enquanto Zé Vieira deu seu aval a César Brito, que tem como vice o vereador Florêncio Neto, que formou chapa com o líder na primeira eleição.

Em poucos municípios do Maranhão o embate político é tão intenso quanto em Bacabal. Mesmo existindo pequenos grupos políticos isolados, o confronto se dá mesmo é entre o senador João Alberto, que caminha para a aposentadoria após uma série de mandatos, entre eles o de prefeito de Bacabal, e o empresário e político Zé Vieira, que disputou poucos mandatos, mas firmou uma liderança surpreendente naquele município, mas aos 86 anos e com sérios problemas de saúde, está também se aposentando. Agora sem a possibilidade de manter o controle elegendo Roberto Costa, João Alberto espera continuar influente em Bacabal na gestão do prefeito Edvan Brandão, caso ele se eleja. Depois de cassado, Zé Vieira tentou sair de cena para cuidar da saúde, mas a pressão dos seus aliados foi tão grande que ele resolveu declarar apoio ao candidato César Brito.


Com a saída do deputado Roberto Costa da peleja, o senador João Alberto incorporou a candidatura de Edvan Brandão, um vereador que presidia a Câmara Municipal e que se tornou prefeito de Bacabal com a cassação do prefeito eleito Zé Vieira, com a vantagem de concorrer n o cargo. Ao mesmo tempo, o grupo liderado por Zé Vieira tentou articular a candidatura do vice de Zé Vieira, Florêncio Neto (PHS), filho do deputado estadual Carlinhos Florêncio (PCdoB), que preferiu cuidar da sua reeleição para a Assembleia Legislativa do que abandonar esse projeto para entrar numa guerra de desfecho absolutamente imprevisível.


A guerra política e eleitoral que está sendo travada em Bacabal – um dos 10 maiores municípios do Maranhão, com 103 mil habitantes e ais de 60 mil eleitores – é tão expressiva que envolverá os candidatos a governador Flávio Dino (PCdoB) e Roseana Sarney (MDB), que pessoalmente gostaria de ficar de fora dessa confusão. Por intermédio de João Alberto, o Grupo Sarney apoia a candidatura do prefeito Edvan Brandão, enquanto César Brito terá o apoio do governador Flávio Dino, que também não demonstra interesse vivo pela disputa, também preferindo manter-se distante do embate direto. Ambos acionarão seus esquemas políticos para a campanha, mas, tudo indica, decididos a não interferir diretamente, para não melindrar o eleitorado que estás dividido entre os dos dois candidatos.


A sorte dos dois grupos está lançada em Bacabal: se o prefeito interino Edvan Brandão for confirmado nas urnas, como estaria previsto, o grupo liderado pelo senador João Alberto ganhará um reforço e tanto. Mas se a vitória vier a sorrir para César Brito, Zé Vieira iniciará sua aposentadoria em estado de graça. Mas os dois lados poderão ser amargamente surpreendidos se uma terceira via vier a ganhar força e reverter essa polarização óbvia.

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