Em uma guerra decisiva, grupos de João Alberto e Zé Vieira se enfrentarão nas urnas no dia 28 de Outubro em Bacabal

Ribamar Corrêa, Repórter Tempo
João Alberto e Zé Vieira comandam grupos que podem
lançar Edvan Brandão, Roberto Costa, Carlinhos
Florêncio ou Florêncio Neto à Prefeitura de Bacaba
Depois de uma das mais impressionantes, agressivas e caras chicanas judiciais ocorrida nas entranhas da Justiça Eleitoral por conta de uma eleição que começou torta e acabou anulada para prefeito na história política recente do Maranhão, os eleitores de Bacabal voltarão às urnas no dia 28 de Outubro para, além de escolher o presidente da República ou o governador do Estado em 2º turno, se houver, eleger o distinto que comandará sua Prefeitura até 31 de Dezembro de 2020. Ali acontecerá, mais uma vez, um confronto aberto entre o grupo liderado pelo senador João Alberto (MDB) e as forças mobilizadas em torno do ex-prefeito Zé Vieira (PR), repetindo a polarização que vem dominando a política bacabalense neste século. Pelo grupo de João Alberto o candidato deve ser prefeito provisório Edvan Brandão ou, numa situação excepcional, o deputado Roberto Costa (MDB), que ficou em segundo lugar no pleito condenado. Já o grupo de Zé Vieira, que não pode mais concorrer por estar incluído na lista negra dos ficha-suja, deve lançar o vice-prefeito cassado Florêncio Neto (PHS), ou o seu pai, deputado Carlinhos Florêncio (PCdoB). Pode aparecer uma “terceira via”, formada por políticos insatisfeitos com a polarização dominante.

A Justiça Eleitoral tomou uma providência inteligente ao fixar 28 de Outubro para a realização do pleito. O custo será zero, já que será usada a estrutura e a logística montadas para a eleição, se for o caso, do governador ou do presidente da República ou dos dois em 2º turno. Os eleitores só precisarão digitar um número a mais, e tudo estará resolvido no que disser respeito à Justiça Eleitoral. No campo político, a situação será bem diferente, já que a eleição do novo prefeito se dará num clima já tensionado pela campanha pesada em 2016, o desfecho questionado em vários aspectos, a chicana judicial para comprovar a ilegalidade da candidatura do ex-prefeito Zé Vieira, e agora uma nova eleição, com novos candidatos.

O grupo liderado pelo senador João Alberto deve apoiar a candidatura de Edvan Brandão, o vereador que presidia a Câmara Municipal e que viu a Prefeitura de Bacabal cair o seu colo, dando-lhe de graça o comando administrativo e político de um dos 10 maiores municípios do Maranhão, situado no epicentro da Região do Mearim, uma das mais ricas e promissoras do estado. Se o agora prefeito Edvan Brandão não emplacar como candidato a permanecer no cargo, não será surpresa se o deputado Roberto Costa – que está focado na reeleição para a Assembleia Legislativa – for novamente escalado para a disputa. No grupo de João Alberto, que numa visão mais ampla é o Grupo Sarney, a eleição do novo prefeito de Bacabal é uma questão crucial. A cúpula também pode pinçar das lideranças que integram o grupo, sempre levando em conta o fato de que Edvan Brandão é o candidato preferencial.


No grupo liderado por Zé Vieira – do qual participam os dois membros do clã empresarial dos Florêncio, o ex-prefeito José Alberto e o Filho dele, o suplente de deputado federal Alberto Filho (MDB) – há dificuldades para definir um candidato. Para começar, esse campo não é sólido e, dependendo das circunstâncias, os seus integrantes podem seguir outros caminhos, formar novas alianças. Em princípio, o nome mais cotado para será candidato é o ex-vice-prefeito Florêncio Neto. Na impossibilidade de ex-vice ser o escolhido, o candidato natural é o deputado Carlinhos Florêncio, hoje filiado ao PCdoB. Nesse caso, a disputa ganhará um novo ingrediente: a entrada do Palácio dos Leões a favor do candidato do PCdoB.


O certo é que, independente de quem sejam os candidatos, o “2º turno” eleitoral bacabalense será uma guerra cujo vencedor vai ter como troféu uma terra arrasada.



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