Antônio Melo: Já escolheu contra quem vai votar?


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Antônio Melo
Jornalista

Nem meio ano nos separa da escolha de novos governantes e legisladores. Ao contrário de outras eleições, a preocupação maior parece muito mais centrada em quem não votar do que em quem votar. Portanto, não estamos preocupados em escolher o melhor para o Brasil. Mas em evitar quem pode ser pior para o nosso país, o nosso estado, de acordo com o ponto de vista de cada um.

Não é ilegítimo que se pense assim. Nem raro. As últimas eleições americanas mostraram bem isso. Haviam os que queriam evitar Hillary Clinton pelas suas relações pouco ortodoxas com o mercado imobiliário e outros problemas menores e maiores. E marcaram na urna Donald Trump para impedir a eleição dela. E os que desejavam evitar a todo custo a eleição do magnata dos cassinos, empresario imobiliário e apresentador de programa de TV. Deu Trump, Político da direita frenética, homem destemperado e inconsequente. E GANHOU com um empurrãozinho da outrora comunista Rússia e seu hackers or, orientados por Vladimir Puttin, o ex-espião da KGB.

Aqui mesmo também já foi assim. Em 1989, para se evitar Lula, votou-se em Fernando Collor que, fora os alagoanos, ninguém conhecia. Depois, a realidade apresentou a fatura. E cobrou.

Então, raro não é.

O cardápio agora para presidente é variado. Fala-se de mais de vinte nomes. Mas nenhum parece empolgar. Talvez Bolsonaro consiga isso junto aos intransigentes, os ,insatisfeitos com a própria democracia, com os avanços sociais, os que sentem saudades da ditadura. Fora dele, mais ninguém. Tinha Lula, mas não tem mais. E, em sendo assim, olha-se para o menu e constata-se assombrado que Bolsonaro é a extrema direita e, por isso, precisa-se votar contra ele. O mesmo se constata,sem não menos assombro, mas em sentido inverso, ou seja, que é preciso votar contra Boulos, Manoela Dávila e, até, Ciro Gomes. Porque eles seriam de uma esquerda radical.

Já faz muito se constatou que votamos em pessoas, não em partidos, até porque não os temos. Os políticos saltam de legenda partidária como os macacos pulam de galhos. Não há razão ideológica nem programática para tanta mudança. Há conveniências. No Maranhão, por exemplo, o governador Flávio Dino vai entrar na eleição de braços dados com o DEM. Não seria de estranhar caso Dino não fosse comunista, filiado ao PCdoB. O que querem os comunistas, sabe-se, é exatamente o contrário do que almejam, pretendem e defendem os políticos do Democratas, do DEM. Mas -deve raciocinar o governador- às favas a ideologia, os princípios, a coerência. O que vale é ganhar a eleição. O resto que se exploda.

Ainda é tempo de fazer uma releitura da afirmação de que o brasileiro não sabe votar. O mais adequado seria: o brasileiro não tem em quem votar.

Recessão – A gasolina está alta. O gás de cozinha, nem se fala. O desemprego voltou à casa dos 13 por cento, no ultimo trimestre. Já a inflação, continua baixinha, baixinha.

Explique-se…

Matadouro humano – Em 1998 a taxa de homicídios em Natal era de 8,5 para cada 100 mil habitantes. Em 2018 esse índice ultrapassa 70 para cada 100 mil, na mesma cidade. A capital potiguar é a mais violenta do Brasil e a quarta cidade com mais assassinatos no mundo. Foi por esse atributo que ganhou a primeira página do jornal espanhol El Pais.

E ainda se fala em turismo…

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