Comandos nacionais podem mudar alianças partidárias nas eleições do Maranhão


Às vésperas das convenções que definirão as coligações no estado, pelo menos DEM e PSB ainda podem fechar com candidatos diferentes dos que estão definidos hoje

O Estado Ma, São Luís

Rodrigo Maia pode ser substituído por ACM Neto no DEM (Foto: Arquivo)


Faltando pouco mais de quatro meses para as convenções partidárias, as alianças eleitorais no Maranhão – algumas já aparentemente definidas – dão sinais de que podem ser alteradas pelas direções nacionais dos partidos. Pelo menos o DEM e o PSB ainda dependem da definição do comando nacional para confirmar seus destinos no estado. As mudanças podem alterar a formação dos palanques de alguns dos principais candidatos a governador.

O Democratas, por exemplo, definiu desde janeiro que estará no palanque do governador Flávio Dino (PCdoB). Ganhou até cargo na estrutura do governo em troca do apoio, já que possui um dos maiores tempos na propaganda eleitoral.

Ocorre que a legenda pode agora ter alterado agora o comando nacional, modificando todo o seu rumo eleitoral. Atualmente, o DEM é comandado pelo presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (RJ), que já avalizou a aliança com Flávio Dino. Mas o prefeito de Salvador, ACM Neto, é cotado para assumir a legenda, o que pode mudar os rumos eleitorais. ACM é bem mais à direita do espectro político que Maia, o que dificultaria uma aliança com o PCdoB, que deve estar contra seus projetos na Bahia.

Outra mudança, esta podendo atingir o senador Roberto Rocha, candidato do PSDB ao governo, pode ocorrer no PSB.

O comando nacional do partido está em disputa desde o ano passado, entre o grupo vinculado ao falecido ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e os paulistas, ligados ao vice-governador Márcio França. Para Roberto Rocha, interessaria que o comando socialista ficasse com França, vinculado ao governador Geraldo Alckimin, presidente nacional do partido do senador maranhense.

O problema é que Márcio França enfrenta resistências de apoio no PSDB; e a solução seria sua transferência para o próprio ninho tucano. Assim, quando assumisse o governo – após desincompatibilização de Alckimin, em abril – seria naturalmente o candidato do partido do governador. Mas, neste caso, os pernambucanos passariam a ter hegemonia no PSB, garantindo o apoio ao governador Flávio Dino. Roberto Rocha perderia, assim, uma grande força partidária – embora possa se beneficiar também com a mudança no DEM.

As ameaças de perdas partidárias não atingem os demais candidatos, que seguem, inclusive, de olho na movimentação nacional. É o caso, por exemplo, da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que já tem o PV e, muito provavelmente o PSD, e ainda sonha com PP e até com o PT, levando em consideração as alianças com o PMDB que já vêm sendo consolidadas em vários estados.

Tempo de propaganda é empecilho para candidatos
Três dos seis pré-candidatos a governador precisam buscar alianças para se viabilizar

Três dos seis pré-candidatos a governador já cotados no Maranhão ainda sofrem para montar alianças capazes de garantir o mínimo de tempo na propaganda eleitoral. Ricardo Murad (PRP), Maura Jorge (PODE) e Eduardo Braide (PMN) precisariam buscar legendas para garantir a participação na propaganda, já que seus partidos têm tempo mínimo no rádio e na TV.

Para tentar driblar o problema é que Braide vem conversando com PSL, PP e PSD, partidos com boa participação no horário eleitoral. E não descarta, sequer, uma conversa com o PMDB.

Maura Jorge também se articula para driblar essa questão. Ela já se reuniu com os dirigentes do PSL e tenta buscar outros partidos para suprir o tempo mínimo de que dispõe.

Mais recente dos candidatos a governador apresentados ao eleitor – no final do ano passado – o ex-secretário de Saúde Ricardo Murad tem apenas o PRP como garantia de candidatura. Mas também trabalha forte para ter outras legendas – mesmo as pequenas – garantindo participação no horário eleitoral.

A dificuldade de tempo na propaganda não preocupa as chamadas legendas nanicas – os partidos de ultra-esquerda e alguns chamados de aluguel. O PSTU, o PSOL e a Rede, por exemplo, devem entrar com candidaturas próprias ao governo, mas poderão fazer alianças pontuais com os candidatos a senador. É o caso do PRB, por exemplo, que está na aliança de Flávio Dino, mas estuda apoiar o ministro Sarney Filho (PV) na disputa pelo Senado.

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