Antônio Melo: reputações na fogueira da opinião pública


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Por Antônio Melo
Jornalista

Jair Bolsonaro quer ser presidente da república falando inverdades, para usar uma palavra mais suave. Em tempos de rede sociais e vigilância, publicou na internet ter economizado exatos 1.291.395,52 reais de suas verbas de gabinete no período de 2010 a 2017. E que esse dinheiro foi devolvido aos cofres públicos.


Bolsonaro mentiu.


O jornal O Globo, edição da última quarta feira, mostra que, na verdade esse valor seria de R$ 483 mil. Ou seja: 69 mil reais por ano ou, ainda, ridículos 5750 reais por mês.


Apanhado em pleno escorregão na verdade, o deputado apontou o dedo imediatamente para sua assessoria e disse que nada tinha a ver com que foi publicado. O prestimoso assessor Jorge Oliveira, imediatamente ofereceu seu pescoço ao laço da forca da opinião pública, tentando salvar o chefe do vexame:
-Foi responsabilidade minha –bradou garantindo já ter corrigido o erro- peço desculpas à opinião pública.


Em tempos de rede sociais é bom tomar muito cuidado com o que se diz. Tem sempre alguém disposto a checar.


E desta vez, convenhamos, O Globo fez direitinho o dever de casa.

Serra na fogueira – Quase retirado da vida pública, o senador José Serra, tucano de alta plumagem, está vendo suas penas serem arrancadas do mesmo jeito que contribuiu para a imolação de outros. Forjado na esquerda, ex-presidente da UNE, ex-exilado, economista renomado, melhor ministro da Saúde desde a redemocratização, Serra está vendo sua biografia ser consumida lenta e inexoravelmente nas chamas de denúncias de corrupção, no braseiro impiedoso das delações, nos apressados julgamentos da opinião pública.


Em depoimento à Polícia Federal, Pedro Novis que foi presidente da Odebrecht de 2002 a 2012 diz que pagou 52,4 milhões em propinas a Serra, através de caixa 2 de campanha e de outras formas pouco ortodoxas. O dinheiro teria sido em parte entregue aqui mesmo no Brasil e outra parte no exterior, depositada em contas secretas de terceiros.


A historia e o passado de José Serra recomendam que se dê a ele a chance de se explicar. Que os dedos duros não se levantem apressados, prontos para condenar imolando mais uma reputação.

Queima de estoque – O governo já anuncia a boa nova para os parlamentares que votaram a favor da reforma da previdência: tem 10 bilhões para irrigar suas campanhas, mesmo em tempos de governo falido. Segundo os homens do presidente, se aprovada, a reforma vai permitir, já neste ano, uma economia do tamanho que a generosidade presidencial está prometendo. E que tudo isso será destinado a obras nas localidades onde suas excelências são votadas.
Segundo assessores presidenciais, essa será uma "arma eficaz" para pressionar o Congresso quando voltar do recesso.

Cala-te boca – "Em nenhum local por onde passei eu vi se cometer tanta ilegalidade quanto dentro do Ministério Público Federal". A declaração é de Manoel Pastana, procurador regional da República com atuação no Tribunal Regional Federal da quarta região, em Porto Alegre. "O MPF fiscaliza a todos, mas não é fiscalizado por ninguém. A Procuradoria Geral da República
tem poderes absolutos, o que estimula o cometimento de ilegalidades", comenta Pastana em entrevista a revista Press.

Não seria o caso de uma delaçãozinha premiada do senhor Pastana?

Inflação – Em tempos de inflação baixíssima a gasolina subiu já na primeira semana do ano. De novo. As mensalidades escolares, também. A renovação de registro de automóveis no Detran-Rn, mais de 50% de aumento. Tudo acima da inflação baixinha, nunca é demais repetir. Agora, é aguardar os preços do material didático. Com essa inflação, deve baixar.

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