Antônio Melo: A eleição e o lulismo.

Resultado de imagem para antonio melo jornalistaPor Antônio Melo
Jornalista

A justiça falou. Não ainda por sua última instância, mas dificilmente o resultado do julgamento do caso do tríplex de que o ex-presidente Lula seria dono será revertido.


Tudo indicava que o resultado seria exatamente aquele colhido. Os indícios de que Lula já, a priori, estaria irremediavelmente perdido foram se acumulando em evidências ao longo do tempo que separou a sentença do juiz Sérgio Moro à dos três desembargadores que, uníssonos, resolveram não apenas referendar, mas, em coincidências pouco comuns, condenar e elevar a pena imposta de nove para 12 anos e 1 mês de cadeia.


Mas isso é outra historia, por mais recente que seja.


O objetivo que se perseguiu desde a primeira hora foi o de afastar Lula da próxima eleição presidencial. Ao que tudo indica está conseguido que ele não desempenhe o papel de candidato. Mas dificilmente conseguirão afasta-lo da sua condição de eleitor número 1 do Brasil.


O ex-presidente continuará nas ruas como se candidato fosse. Na quarta feira mesmo conseguiu botar nas ruas de São Paulo mais de 50 mil pessoas, mesmo já sendo um condenado.


Sua pregação -e isto já foi visto- será de uma vítima de toda uma trama que buscou afasta-lo da contenda eleitoral por medo da sua eleição. Antes dos resultados finais -talvez no STF- pregará contra seus algozes, aqueles que o afastaram da sua luta em favor dos mais humildes.


Certamente nessa pré-campanha, trará à tona os resultados do seu governo em favor dos mais humildes, dos resultados econômicos que fizeram o Brasil superar países como França, Itália e, até a Inglaterra. Exibirá os resultados do salário mínimo que antes dele não chegava a 100 dólares e que, depois dele mais que triplicaram o seu valor. Falará da redução em grande escala da mortalidade infantil, do aumento da expectativa de vida, do emprego com carteira assinada, da melhora substancial dos nossos indicadores sociais.


Contra ele virá impiedosa, a realidade. É um condenado de justiça por corrupção e poderá vir a sê-lo em mais seis outros processos. E isso não tem como apagar, negar, omitir.


Mas mesmo que venha a ser impedido de disputar o pleito presidencial, os demais candidatos terão de enfrentar o peso da sua liderança, do prestígio principalmente junto aos humildes, da sua condição de maior cabo eleitoral da próxima campanha.


Resta saber se essa influência também se espraiará sobre os demais postos em disputas. Quantos serão os candidatos a governador que poderão buscar a eleição contra o seu prestígio, acusando-o, chamando-o de corrupto.


O ocaso de Lula pode ter sido decretado nesta quarta feira passada. Mas o lulismo pode estar renascendo igual ao que aconteceu a Getúlio Vargas.


É esperar para ver.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem