Chapa de Roseana Sarney está definida, faltando apenas confirmar João Alberto como candidato a vice


Ribamar Corrêa, Repórter Tempo

Roseana Sarney encabeçará chapa com João Alberto como vice e Edison Lobão e Sarney Filho para o Senado


Todos os sinais emitidos até agora indicam que a chapa a ser liderada pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) terá nas vagas de candidatos ao Senado o senador Edison Lobão (PMDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV) devendo a vaga de candidato a vice-governador ser preenchida pelo senador João Alberto (PMDB). Nos bastidores do Grupo Sarney ninguém com voz confiável enxerga outra composição, embora aqui e ali circule a especulação segundo a qual a vaga de vice possa vir a ser, numa situação remota, usada como moeda de troca numa composição partidária que envolva tempo de TV. O fato é que dificilmente a chapa sarneysista fugirá desse arranjo, ficando em aberto apenas a situação do senador João Alberto, considerado um dos melhores e mais confiáveis quadros forjado nas entranhas do sarneysismo. E não foi sem razão que, na semana passada, o suplente de deputado federal Chiquinho Escórcio (PMDB), visto por muitos como o confiável porta-voz informal do ex-presidente José Sarney (PMDB) para esse tipo de tarefa, declarou que João Alberto será mesmo o companheiro de chapa de Roseana Sarney.

A candidatura do senador Edison Lobão à reeleição é incontestável dentro do Grupo Sarney. Dono de cacife próprio, com espaço intocável na cúpula nacional do PMDB e na bancada do partido no Senado, Lobão conta com o fato de que, mesmo tendo sido ministro de Minas e Energia nos Governos Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), mantém um relacionamento estreito com o presidente Michel Temer (PMDB). Mesmo bombardeado impiedosamente pela Operação Lava Jato, que não conseguiu até agora uma prova concreta que justifique, Edison Lobão é considerado um dos caciques do Senado, do qual já foi presidente. Ele exerce no momento, pela terceira vez, a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Alta, e se mantém como uma das vozes mais influentes do Congresso Nacional. Ao mesmo, dedica todo o seu tempo à articulação política, dando atenção plena a deputados, prefeitos e vereadores maranhenses, numa atividade que não tem dia nem hora, o que lhe permite manter o seu enorme prestígio entre os políticos. Não surpreende, portanto, que Lobão apareça nas pesquisas entre os preferidos do eleitorado mais para um das vagas no Senado.

Se posicionado numa hierarquia formal do Grupo Sarney, o deputado federal Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente, seria o quinto nome mais influente, atrás apenas de José Sarney, Roseana Sarney, Edison Lobão e João Alberto. E chegou a esse status com uma carreira não inteiramente dissociada, mas construída por caminhos pouco identificados com a cúpula do grupo. Votou pelas diretas já, enveredou pelo ambientalismo quando os verdes da Europa avançavam no campo partidário, foi um dos fundadores da versão nacional do PV, foi ministro do Governo Fernando Henrique (PSDB) e é um dos cardeais da Câmara Federal. Investiu no fracassado projeto de candidatura ao Palácio dos Leões em 1990, quando achou que seria puxado pelo então governador Epitácio Cafeteira, e foi colocado em plano secundário quando a irmão decidiu ser candidata em 1994. Mais de duas décadas depois, bateu pé e avisou que seria candidato a senador “de qualquer maneira”, num projeto inicialmente avalizado pela ex-primeira-dama do País, Dona Marly Sarney e finalmente apoiado pela família. O projeto de Sarney Filho vai além do mandato de senador, que ele tem como um caminho para, se eleito, criar as condições para disputar o Governo do Estado em 2022.

É quase 100% certo que João Alberto não tentará renovar o mandato de senador, ainda que seja visto nas pesquisas como um nome forte. As razões são várias, e a primeira delas é o cansaço, à medida que, aos 82 anos, não lhe motiva enfrentar a ponte aérea São Luís-Brasília-São Luís. Dono de uma carreira na qual ganhou a confiança e o respeito da Opinião Pública, e de um currículo sem manchas no campo da ética, o que lhe garante o exercício, no momento, do quinto mandato consecutivo de presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto tem dito em conversas reservadas que prefere permanecer no Maranhão fazendo política a partir do comando do PMDB, que ele detém há mais de duas décadas, focando também na política municipal, como a de Bacabal, que não lhe dá um dia de descanso. Perguntado sobre a vaga de candidato a vice, João Alberto não confirma nem nega, enfatizando sempre que é homem de grupo e que logo chegará a hora de decidir o sem futuro, já ficando certo de que não será mesmo candidato a senador.

Não há no horizonte do Grupo Sarney nenhum sinal que indique outra versão da chapa a ser encabeçada pela ex-governadora Roseana Sarney. A começar pelo fato de que não existem nomes com densidade política e eleitoral para substituir os quadros já definidos.

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