Antônio Melo: Eleições - Nada será como antes

Resultado de imagem para antonio melo jornalistaPor Antônio Melo
Jornalista

Há um ano das eleições o cidadão está mandando seus recados pelas pesquisas. O difícil é que muitos não entendem, outros não revelam e há até aqueles que, por esperteza, entendem mas escondem.


A maioria das pesquisas de hoje onde o preferido é o senhor
Indeciso Não Sabe Não Respondeu Nenhum Vai Anular Branco Nulo da Silva é um recado bem claro de que entre os nomes ofertados nenhum deles corresponde às suas expectativas. Todos, neste momento, estão sendo rejeitados por Sua Excelência o Eleitor. Vantagem para os desconhecidos.


Não que os já conhecidos estejam derrotados de partida. Claro que não. Mas terão de fazer uma reciclagem grande. E ser acreditados por Suas excelências que já conhecem bem a mercadoria. E se gostaram dela no passado, parece ter desgostado no presente.


Problema enorme. Principalmente agora que os meios de comunicação não são mais hegemônicos em sua estratificação. A televisão ainda é o grande veículo. Mas perdeu muito do seu poder, da sua força, da audiência para o rádio, para a internet. As chamadas mídias sociais cresceram principalmente pelo potencial de maldade que podem fazer. As eleições americanas estão aí para provar, com a interferência russa nas redes sociais e a improvável vitória do homem dos cassinos que agora joga videogame com seus arsenais nucleares, o poder de fogo da rede mundial.


E a base de tudo isso foi o novo modelo de pesquisa, focado nas necessidades do marketing que não identificam mais setores, estratos, nem segmentos com os quais se comunicar. Mas individualiza essa comunicação. Que quer falar com pessoas. Cada pessoa. Hoje há bancos de dados em todas as partes par todos os gostos. Eles sabem mais sobre você do que você mesmo.


É essa moderna ferramenta que a comunicação política já usou nas últimas campanhas dos Estados Unidos, da França da Alemanha. Não se vai mais falar com as mulheres. Mas com com aquela com mais de 30 anos, mãe, solteira, independente, que gosta de samba tradicional, mas também curte um rock, que bebe socialmente, gosta ou não de ler, roe as unhas, trabalha, é cristã, vai à missa ou ao culto, não tem casa própria mas mora bem, é feminista mas não gosta das militantes, não passa embaixo de escada porque dá azar...

O mundo da pesquisa passa por uma verdadeira revolução. Seu casamento com o marketing que já era sólido agora tem que ir além da monogamia, pois precisa da indissolubilidade. Hoje, com as novas tecnologias, a comunicação de massa é o mínimo. Estamos vivendo advento da comunicação interpessoal, pra lá de segmentada. Onde é preciso saber tudo sobre cada um, seus gostos, manias, preferências... tudo. Tudo mesmo. Porque todos também vão querer e vão saber tudo sobre você.

De privilégio – O STF tinha armado um golpe quando invadiu as prerrogativas do Senado e afastou -sem ter poderes legítimos para isso- o senador Aécio Neves do seu mandato. Redimiu-se e devolveu àquela Casa o mandato do parlamentar -flagrado em conversa mais apropriada ao submundo do crime que da política. Com isso o Supremo restaurou na plenitude o foro especial.


Cabe ao Senado decidir o destino de Aécio, agora. Ele se diz injustiçado. A casa tem um Conselho de Ética, bom lugar para que prove sua inocência. Tomara que o faça. Ninguém pode e nem deve ser condenado à priori.


Agora, por falar em foro privilegiado, engana-se quem pensa que são os políticos os que mais se beneficiam desse instituto. No Brasil há 55 mil cidadãos com esse benefício. 79 por cento deles são juízes, procuradores, promotores.
Mas é a classe politica que leva a má fama.

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