1. Silêncio 1
Delcídio do Amaral (Adriano Machado/Reuters)
O ex-senador Delcídio do Amaral foi preso preventivamente em novembro de 2015 depois de ser gravado pelo filho de Cerveró, Bernardo, tentando oferecer dinheiro e até traçando um mirabolante plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras, que envolvia um veleiro. Com a prisão, Delcídio, um dos homens-fortes do governo Lula, decidiu fechar um acordo de colaboração premiada com os investigadores da Operação Lava Jato, no qual afirmou que o ex-presidente foi o responsável pela tentativa de comprar o silêncio de Cerveró. Entre outras coisas, Delcidio também falou da atuação do petista para blindar o pecuarista – e seu amigo pessoal – José Carlos Bumlai na Lava Jato, e o aparelhamento feito pela ex-presidente Dilma Rousseff para libertar empreiteiros enrolados no petrolão.
2. Silêncio 2
Aloizio Mercadante (Wilson Dias/ABr/VEJA)
O assessor do ex-senador Delcídio do Amaral, José Eduardo Marzagão, gravou uma conversa em que o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante prometeu dinheiro e ajuda para que Delcídio deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação. Em troca, ele pediu que o ex-parlamentar não “desestabilizasse tudo” com sua delação. A proposta foi feita um dia depois que a família de Delcídio contratou o escritório do advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, um dos principais especialistas em delação premiada do país.
3. Nomeação
Dilma Rousseff e Lula
Depois de autorizar a condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Polícia Federal, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal, disponibilizou um áudio em que o petista conversa com a então presidente Dilma Rousseff sobre o termo que o nomearia ministro da Casa Civil, para evitar que sua prisão no âmbito da Lava Jato. O material, no entanto, foi colocado sob sigilo pouco depois, uma vez que Dilma tinha foro privilegiado. No dia em que Lula tomou posse como ministro – e tinha, portanto, direito ao foro – uma multidão voltou às ruas para protestar.
4. 'Sangria'
Romero Jucá (VEJA.com/VEJA)
Em março deste ano, o então ministro do Planejamento do governo Temer, Romero Jucá, foi pego sugerindo um pacto para deter a Operação Lava Jato. Jucá falava com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado sobre uma possível mudança no governo federal que resultaria em “estancar a sangria” feita pela ação, que investiga ambos. O diálogo ocorreu semanas antes da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Um mês depois, ele anunciou que deixaria o cargo e passaria apenas a “auxiliar o governo”.
5. Mais um apartamento
Geddel Vieira Lima e Michel Temer (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero pediu demissão no último dia 18, dizendo que sofreu pressão do agora ex-ministro da Secretaria de governo Geddel Vieira Lima para liberar as obras de um prédio em Salvador (BA), no qual Geddel tem um apartamento. Em depoimento à Polícia Federal, Calero teria entregue gravações nas quais aparecem o presidente da República Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha também tentando forçá-lo a assinar a liberação do prédio. Embora ainda não se saiba o teor da conversa, o trio Geddel, Temer e Padilha pode ser alvo de um pedido de abertura de inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal. Mais do que isso: após a veiculação da notícia, a oposição na Câmara disse que o caso é para impeachment. Geddel foi o sexto ministro a cair do governo Temer, que tem apenas seis meses.