Senado realiza sessão para decidir se Dilma irá a julgamento final.
Parlamentares vão votar parecer aprovado em comissão especial.
O ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment, minimizou na noite desta terça-feira (9) a votação no plenário do Senado que decidirá se ela irá ou não a julgamento final. Na avaliação dele, eventual placar desfavorável é um “prenúncio”, mas “não é definitivo”.
A declaração foi dada antes de os senadores votarem o parecer da comissão especial do impeachment que aponta indícios de crimes cometidos pela petista e recomenda que ela seja julgada pela Casa.
Por volta das 22h40, a sessão foi suspensa e deverá ser retomada às 23h10 com a fala da acusação e da defesa. Só depois disso é que o relatório deverá ser apreciado.
Na avaliação de Cardozo, a atual fase do processo indica apenas “uma fumaça de autoria” e ponderou que um parlamentar que votar a favor do parecer poderá mudar o seu voto se concluir depois que não foi cometido crime.
“Na pronúncia, tecnicamente, eu voto a existência de uma fumaça de autoria. A conclusão final é depois”, afirmou Cardozo a jornalistas.
“Ele [o placar] é um prenúncio? Claro que é, mas não é definitivo. Não fica feio uma pessoa votar numa coisa e depois 'desvotar', digamos assim, porque os pressupostos são outros de avaliação. Claro que na política não é assim que se explica, mas, no direito, é”, disse Cardozo.
Partidos adversários de Dilma calculam que o parecer do relator, senador Antonio Anastasia(PSDB-MG), deverá ser aprovado por uma margem folgada. Nesta etapa, são necessários os votos apenas da maioria dos presentes. Segundo o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), a expectativa é que sejam obtidos 58 votos favoráveis ao relatório.
Comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a sessão teve início às 9h44. A previsão inicial era que duraria pelo menos 20 horas, mas esse tempo deverá ser menor porque diversos senadores, entre eles do PSDB e do PMDB, abriram mão da fala para agilizar a votação.