PF pede arquivamento de inquéritos contra Roseana e Edison Lobão

Relatório com pedido de arquivamento está desde fevereiro nas mãos do procurador Rodrigo Janot, que por sua vez, jamais se manifestou sobre o tema

RONALDO ROCHA DA EDITORIA DE POLÍTICA

Roseana e Lobão tiveram seus inquéritos com pedido de arquivamento da PF (Foto: Arquivo)

Relatório da Polícia Federal (PF) assinado pelo delegado Felipe Alcântara de Barros Leal e encaminhado no dia 26 de fevereiro ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o arquivamento do inquérito contra a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) relacionado à Operação Lava Jato.
Outro documento expedido pela Polícia Federal, no dia 14 deste mês, também pede o arquivamento de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB).
Apesar disso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda não deu o seu parecer a respeito de nenhum dos pedidos.
No relatório que pede o arquivamento do inquérito que cita Roseana, de número 0210/2016-RE 0010/2015-1 DPF/MJ-GINQ/STF/DICOR, a Polícia Federal assegura não haver qualquer tipo de prova que justifique denúncia contra a ex-governadora do Maranhão.


Janot tem segurado processo contra Roseana e Lobão (Foto: Arquivo)

A Polícia Federal também mostra, no relatório, que não há qualquer investigação contra a peemedebista no processo da Lava Jato, por isso a necessidade do arquivamento.
O documento está sob a análise de Rodrigo Janot desde o dia 29 de fevereiro. De lá até aqui, adversários políticos da ex-governadora já citaram, inúmeras vezes, suposta participação dela no escândalo que abalou a política nacional.
O mesmo ocorre com o senador Edison Lobão. Citado na mídia por suposto envolvimento em atos de corrupção, o ex-governador do Maranhão e ex-ministro também aguarda o parecer do procurador Rodrigo Janot relacionado ao inquérito de número 3986, do STF, do qual a Polícia Federal já pediu arquivamento.
No documento, a PF informa ao Ministério Público não ter conseguido reunir qualquer tipo de prova de acusação contra o peemedebista.
A informação foi dada pela coluna Radar On-Line, da Revista Veja. A coluna também cita o pedido de arquivamento, do mês de fevereiro, que está nas mãos de Janot.
Relações – Rodrigo Janot tem como o principal auxiliar, o subprocurador-geral da República, Nicolau Dino, irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Nicolao foi nomeado em abril vice-procurador-geral eleitoral.
A tese levantada por advogados que defendem a ex-governadora é de que pode haver motivação política para que Janot não emita parecer a respeito dos relatórios da PF.
Enquanto o procurador não se manifesta pelo arquivamento dos inquéritos, o que deve ser protocolar, Roseana e Lobão permanecem sob o desgaste político provocado por adversários.

Mais
Em setembro de 2015, ocasião em que a ex-secretário-chefe da Casa Civil, João Abreu, foi preso pela Polícia Civil – ato posteriormente revogado pelo Tribunal de Justiça -, o governador Flávio Dino (PCdoB) ironizou, em seu perfil no twitter, a acusação de adversários de que ele estaria perseguindo personagens que atuam no campo da oposição. “O que queriam: que a Polícia e a Justiça do Maranhão jogassem o inquérito de 2014 em uma gaveta profunda? Ou no oceano Atlântico?”, escreveu. O posicionamento foi abordado em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Ministro do STF já criticou atuação de Rodrigo Janot
A atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em Brasília, tem provocado críticas de membros do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, questionou o vazamento dos pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá, todos do PMDB. Janot assegura que não vazou as informações.
“Na verdade tem ocorrido. Vamos dizer claramente, e aconteceu inclusive em processo de minha relatoria, processos ocultos, que vêm como ocultos e que vocês [imprensa] já sabem, divulgam no Jornal Nacional, antes de chegar no meu gabinete. Isso tem ocorrido e precisa ter cuidado. Porque isso é abuso de autoridade claro”, disse Gilmar Mendes em conversa com jornalistas, ao ser questionado se era grave o pedido de prisão de Renan Calheiros, que também é presidente do Congresso.
Questionado se a Procuradoria-Geral da República (PGR) estaria por trás dos vazamentos, Gilmar Mendes optou por não fazer uma acusação direta, mas também não isentou Janot. “Quem estiver fazendo isso está cometendo crime”, disse.
Em 2015 Mendes já havia criticado Rodrigo Janot, quando ampliou a repercussão em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, Mendes disse que Janot não poderia “agir como advogado de Dilma”.

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