Marcelo Odebrecht decide aceitar acordo de delação

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(Arquivo) O empresário Marcelo Odebrecht
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(Arquivo) O empresário Marcelo Odebrecht

O grupo Odebrecht e seus principais executivos decidiu fazer um acordo de delação com a Polícia Federal. Entre os beneficiados está Marcelo Odebrecht, que presidia a maior empreiteira e o quarto maior grupo privado do país, está preso desde junho do ano passado.

A notícia ocorre no mesmo dia em que investigadores dizem ter identificado um departamento de pagamento de propina que funcionava dentro da empresa. Segundo analistas políticos,  a delação de Marcelo tem potencial explosivo para diferentes grupos políticos.

Além de Marcelo, quatro executivos já condenados também decidiram aderir a delação.  O número de funcionários que devem fazer delação, no entanto, deve crescer já que a Odebrecht pretende adotar o modelo da Camargo Corrêa que fez uma convocação de seus executivos que tiveram envolvimento em corrupção e se mostraram dispostos a contar o que sabiam em troca de uma pena menor.

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A companhia também deve fazer um acordo de leniência e pagar uma multa que pode ser superior a R$ 1 bilhão.  Leia  a nota oficial da empresa na íntegra:

As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato.

A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União.

Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor.

Na mesma direção, seguimos aperfeiçoando nosso sistema de conformidade e nosso modelo de governança; estamos em processo avançado de adesão ao Pacto Global, da ONU, que visa mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores reconhecidos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; estabelecemos metas de conformidade para que nossos negócios se enquadrarem como Empresa Pró-Ética (da CGU), iniciativa que incentiva as empresas a implantarem medidas de prevenção e combate à corrupção e outros tipos de fraudes. Vamos, também, adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública.

Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato - que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país - seguimos acreditando no Brasil.

Ao contribuir com o aprimoramento do contexto institucional, a Odebrecht olha para si e procura evoluir, mirando o futuro. Entendemos nossa responsabilidade social e econômica, e iremos cumprir nossos contratos e manter seus investimentos. Assim, poderemos preservar os empregos diretos e indiretos que geramos e prosseguir no papel de agente econômico relevante, de forma responsável e sustentável.

Em respeito aos nossos mais de 130 mil integrantes, alguns deles tantas vezes injustamente retratados, às suas famílias, aos nossos clientes, às comunidades em que atuamos, aos nossos parceiros e à sociedade em geral, manifestamos nosso compromisso com o país. São 72 anos de história e sabemos que temos que avançar por meio de ações práticas, do diálogo e da transparência.
Nosso compromisso é o de evoluir com o Brasil e para o Brasil.

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