Se tu não estás aqui

Não sei até aonde ainda posso ter esperanças
Eu nem mesmo confio mais em mim
Tentei me apegar ao amor que sinto por Te
Mas nem mesmo isso consegue me arrancar da
Infinda letargia que eu vivo desde que tive a certeza
De que tu não és mais minha
Brinquei com os meus próprios sonhos
Destruir a minha vida de forma vil e sorrateira
Cavei meu próprio precipício e esculpi a minha tumba
Perdi-me como um anjo destronado e não consigo mais
Encontrar um novo caminho
Tenho os olhos cegos
A boca muda
As mãos e pés atados na minha própria sordidão
Não sou e nem mesmo quero mais ser nada
Não tenho futuro nenhum
Não sou arrimo
Apenas tenho culpa e me culpo milhões de vezes
Por infinitas noites insones
Queria ter a coragem dos suicidas
E a força dos miseráveis
A fé dos incautos e a sutileza dos enganadores
Mas sou apenas um homem fraco como todos os homens comuns
Não planejo mais apenas sigo o meu destino
Como se nisso eu ainda acreditasse
Quero apenas que o tempo corra e a vida siga
Mesmo que tenha que fazer sangrar mil vezes a minha consciência
A cada vez que eu pensar em ti

Abel Carvalho
31.12.08

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