Guardando na memória

Para variar pego uma caneta e uma folha de papel
Eu quero escrever mais um poema
Um poema que fale dos muitos poemas que eu fiz
Sentado aqui na mesma mesa e que perdi na memória
Por falta de uma folha de papel e caneta para escrevê-los
Um poema que conte uma longa e antiga estória
Um poema que não fale de dor e sofrimento
Um poema que não fale de amor nem de lamento
Um poema que mostre a minha sorte
O que eu verdadeiramente sou
Se sou
Não estou
Nem vivo um sonho
Se vou
Não sei para onde
Nem mesmo quero ir
Não faço um poema para nenhuma nova musa
Sou poeta que não muda nem o nome no papel
Não vivo ao léu como eu queria
Nem mesmo escrevo poesias todos os dias
Não faço amor
Mas transo a heresia sem precisar usar a mão
Ou a hipocrisia de viver contigo uma noite inteira sem fim
Sem ter que contar ao mar
O que é te amar um dia
Uma semana
Um mês
Um ano
Por toda a minha vida
Como eu amo a minha única filha
Amar
Amar
Amar
Amar sem fim...

Abel
Ba, 09.09.05

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