Na casa de Gilmar Mendes, Temer diz que vai pedir antecipação do calendário do impeachment

Interino pretende falar com Renan para antecipar julgamento em plenário

POR CRISTIANE JUNGBLUT

O presidente interino Michel Temer conversa com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi , durante cerimônia de anúncio de abertura de mercado para carne bovina brasileira - André Coelho / O Globo

BRASÍLIA - O presidente interino Michel Temer se reuniu ontem à noite em jantar com senadores, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e pecuaristas na residência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes. Segundo senadores que participaram do encontro, Temer disse que vai conversar nesta terça-feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a possibilidade de mudança no calendário definido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que marcou para dia 29 de agosto o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff. Temer, segundo senadores, pretende que a votação ocorra dia 24 ou 25 de agosto.

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— O Michel (Temer) disse que iria falar com Renan e que ele tentasse com o Lewandowski antecipar a data. Achamos que os prazos terminariam dia 22 ou 23, e não 25. Ele acha que dá para votar dia 24 — disse um senador do PMDB.
Temer foi a um churrasco de comemoração da abertura de mercados para a carne bovina brasileira. O jantar foi organizado pelo ministro Blairo e produtores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Gilmar foi avisado, no final da tarde, que Temer também participaria.
— O jantar era organizado para o ministro Blairo, mas o presidente resolveu comparecer. Até cheguei depois dele porque tinha sessão no TSE — confirmou Gilmar Mendes ao GLOBO.
A comissão especial do impeachment retoma hoje os trabalhos, quando o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) apresenta seu segundo parecer sobre o processo da presidente afastada Dilma Rousseff.
Segundo aliados, Anastasia elaborou um parecer técnico e fundamentado. Neste segundo parecer, Anastasia fará o chamado "juízo de pronúncia", ou seja, dirá se há ou não elementos para o processo e julgamento de Dilma. Ao todo, são três fases no Senado: a abertura do processo, o que ocorreu no dia 12 de maio; a apresentação e votação do juízo de pronúncia; e o julgamento final, dia 29 de agosto. O calendário foi acertado entre Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado.

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